sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Wie im Himmel (parte II)

Neste encontro demos continuidade ao filme que tínhamos visto duas semanas antes. Para quem não viu aqui vai uma breve sinopse:

“Daniel Daréus é um maestro internacional no auge da carreira, mas que se sente sozinho, infeliz e desgastado pelas exigências do seu elevado padrão de vida.
Depois de um esgotamento físico e emocional, Daniel interrompe abruptamente a sua carreira e regressa, sozinho, a Norrland, a aldeia da sua infância situada numa parte remota da zona norte da Suécia. Assim que chega, a sua fama torna-o objecto de curiosidade, fascínio e suspeita. Muito rapidamente, é convidado para contribuir com alguns bons conselhos para o pequeno coro da igreja, cujos ensaios decorrem todas as quintas-feiras na casa da paróquia.

Daniel resiste, pois não quer voltar às luzes da ribalta. Contudo, embora relutante, acaba por aceitar ajudar, quando percebe que não pode recusar o pedido.

Para sua grande surpresa, quando começa a trabalhar com o coro, Daniel redescobre uma alegria com a música que há muito tinha perdido. No entanto, o trabalho de Daniel com o coro é uma grande ameaça ao estado das coisas na cidade, e ele vê-se rodeado de inimigos, incluindo o ciumento padre da paróquia e um perigoso e violento inimigo do passado. Ao mesmo tempo, Daniel faz novos amigos e um deles é a solitária e sensível Lena, uma mulher que o ajuda a ultrapassar os temores e a solidão. A vida de Daniel e a vida da aldeia nunca mais serão as mesmas.”

Como surgiu a ideia de vermos este filme? A ideia veiu da Lígia, na sequência de mais um encontro de formação de animadores:
“A ideia de vermos este filme surgiu porque tive a oportunidade de o visualizar no meu último encontro de formação… Este encontro teve como tema de trabalho a oração, sendo que este filme veio ajudar-nos a compreender determinadas coisas que no nosso dia a dia, não reparamos ou não queremos ver, como por exemplo; será que Deus está presente em mim todos os minutos e horas do meu dia? De que maneira é que ele se faz presente? De que maneira é que eu faço-me chegar até ele? Será que estou atenta aos sinais que ele me dá todos os dias? No encontro algumas pessoas disseram que Deus se fazia presente nelas no dia a dia, outras somente durante a catequese e a missa e outras que andavam distraídas para poder reparar.
Acredito que… e estabelecendo uma ponte com o filme… Deus está sempre connosco… Ele fala connosco em silêncio e através dos outros… só precisamos de nos entregar mais e ouvir aquilo que ele nos tem para dizer…temos de estar atentos aos sinais que Ele nos vai dando… Se nos lembrarmos o maestro não sabia muito bem porque é que tinha voltado à aldeia... Não se sabe muito bem porque é que ele começou a ensaiar o coro da Igreja… temos que prestar atenção e pormos Deus em tudo o que fazemos. Assim, não precisamos de estar sempre em oração para estarmos com Ele.”

Com a visualização do filme, surgiram-nos algumas questões, pormenores de várias personagens. Pormenores que discutimos no encontro e onde chegamos a algumas conclusões:

O “deficiente” que é aceite no coro
Somos todos diferentes, mas podemos viver todos um mesmo ideal.

O “gordo” que desde pequeno era insultado
É preciso estar atento ao outro; Olhá-lo todos os dias com olhos novos.

A velhota que não sabia aceitar tudo aquilo que era diferente…
Devemos aceitar as diferenças dos outros; Perceber o outro metendo-nos no lugar dele; Perceber a história dos outros para podermos amá-los melhor.

O velhote que esperou anos para se declarar à mulher que amava…
Compreender que podemos aproveitar o momento presente para dizer o quanto gostamos das pessoas que nos rodeiam.

A senhora a quem o marido bate
O sentido do perdão principalmente para aqueles que mais nos magoam…

O Pastor que nega a sua sexualidade e experiências afectivas suas e dos outros.
O gesto... Necessidade de estar atento

O maestro que aprende a amar o outro…
“Onde existe entrega, existe amor. E onde existe amor existe Deus”.


A conclusão que retiramos depois de falarmos das diferentes personagens foi que:

Podemos estabelecer as seguintes comparações:

Aldeia da população -> Comunidade de Barcarena

Coro -> O nosso grupo…

Foi então lançada uma pergunta: “Que lugar assume Deus na nossa vida?”
Depois de vermos o filme e o discutirmos reparamos que podíamos comparar aquele coro como o nosso grupo, ou seja, “aprendemos” alguns truques de como lidar uns com os outros. Para depois irmos ao encontro da “nossa aldeia” que é a Paróquia de Barcarena.
De facto, para isso acontecer, temos de aplicar o Primeiro Mandamento, fazendo com que Deus assuma um lugar importante na nossa vida. Para isso podemos usar a oração comunitária ou individual para assim saber qual a Vontade de Deus para nós em cada momento.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Onde coloco Deus na minha Vida?

Foi uma reunião diferente..., salvo erro a primeira neste novo formato.

Começamos por ter uma inesperada breve introdução sobre o primeiro mandamento. O Pde. Ricardo apareceu e perguntou (que nem pergunta de algibeira): afinal, qual é o primeiro mandamento. Silêncio, troca de olhares, o Daniel avança a medo: "Eu sou o Senhor teu Deus não terás outro Deus além de mim."

Então?... Mas não era "Amarás o Senhor teu Deus com todo teu Coração, com toda a tua Alma e com todas as tuas forças"? Não, explicou o Pde. Ricardo. Jesus, no Novo Testamento, apresenta-nos a síntese dos 10 mandamentos em apenas dois: Amar o Senhor teu Deus (...) e Amar o próximo como a ti mesmo. O primeiro foca-se na nossa relação com Deus, o segundo na nossa relação com os homens.

Os 10 mandamentos também estão organizados assim. Os 3 primeiros centram-se na nossa relação com Deus, os restantes sete nas relações entre os homens.

Depois desta breve introdução, a Andreia e o Daniel avançaram com a sua apresentação sobre o primeiro mandamento.

Falaram do que é ter Deus como nosso Deus e mais nenhum.
Falaram que é preciso acreditar, esperar, adorar, servir, orar, dar graças, amar a Deus para compreendê-lo melhor e chegar mais perto do nosso Pai criador.

Afinal? Onde colocamos Deus na nossa vida?
5 minutos para pensar... pois cada um, sabe de si...

Por fim, discutimos e partilhamos sobre aquilo que nos afasta do Pai Criador.
Como muitas vezes, achamos que somos capaz de O substituir, de O reduzir a mais um entre outros Deuses que elegemos de forma inconsciente e egoísta.

Foi uma reunião cheia de sumo!
Obrigado, Andreia e Daniel, pela vossa dádiva.

Até à próxima Sexta!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Wie im Himmel

Para não ficar no esquecimento... ;)

Website do filme (em alemão)

Palavra de Vida de Fevereiro de 2008

«Aquele que praticar [estes preceitos] e ensinar [aos homens], esse será grande no Reino do Céu» (Mt 5, 19).

Rodeado pela multidão, Jesus subiu à montanha e proclamou o seu célebre sermão. As primeiras palavras – «Felizes os pobres em espírito, (...). Felizes os mansos…» – indicam imediatamente a novidade da mensagem que Ele veio trazer.
São palavras de vida, de luz, de esperança, com que Jesus ilumina os Seus discípulos, para que as suas vidas adquiram sabor e significado.
Transformados por esta grande mensagem, eles são convidados a levar a outros os ensinamentos que receberam, traduzidos em vida.

«Aquele que praticar [estes preceitos] e ensinar [aos homens], esse será grande no Reino do Céu».

Hoje, mais do que nunca, a nossa sociedade precisa de conhecer as palavras do Evangelho e de se deixar transformar por elas. Jesus deve poder repetir ainda: «Não vos irriteis com os vossos irmãos; perdoai e sereis perdoados; dizei sempre a verdade, e assim não tereis necessidade de jurar; amai os vossos inimigos; reconhecei que tendes um só Pai e que sois todos irmãos e irmãs; tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles». É este o sentido de algumas das muitas palavras do "Sermão da Montanha". Se fossem vividas, seriam suficientes para transformar o mundo.
Jesus convida-nos a anunciar o Seu Evangelho. Mas pede-nos para, antes de "ensinarmos" as Suas palavras, as "vivermos". Se queremos que os outros acreditem em nós, temos que nos tornar "especialistas" do Evangelho, ser um "Evangelho vivo". Só então o poderemos testemunhar com a vida e ensiná-lo com palavras.

«Aquele que praticar [estes preceitos] e ensinar [aos homens], esse será grande no Reino do Céu».

Qual o modo melhor para viver esta Palavra? Fazer com que seja o próprio Jesus a ensinar-nos. Para isso, é preciso atrair a Sua presença em nós e entre nós, com o nosso amor recíproco. Será Ele a sugerir-nos as palavras a dizer, quando falamos com as pessoas, a indicar-nos os caminhos, a abrir-nos a passagem para entrar no coração dos irmãos, para O testemunhar onde quer que nos encontremos, mesmo nos ambientes mais difíceis e nas situações mais complicadas. Vamos ver, então, o mundo – aquela pequena parte de mundo onde vivemos – transformar-se, converter-se à concórdia, à compreensão, à paz.

O importante é manter viva entre nós a Sua presença com o nosso amor recíproco. Ser dóceis em ouvir e seguir a Sua voz: a voz da consciência que nos fala constantemente se soubermos fazer calar as outras vozes.
Será Ele que nos vai ensinar a "pôr em prática", com alegria e criatividade, até os "mínimos" preceitos, de modo a esculpir com perfeição a nossa vida de unidade. Que se possa dizer de nós aquilo que se dizia, naquela época, dos primeiros cristãos: «Olha como eles se amam (...) e como estão preparados a morrer uns pelos outros» (1). Pelo modo como os nossos relacionamentos forem renovados pelo amor, os outros poderão verificar que o Evangelho pode realmente gerar uma sociedade nova.
Não podemos guardar para nós o tesouro que recebemos: «Ai de mim, se eu não evangelizar!» (2), é o que devemos repetir com S. Paulo. Se nos deixarmos guiar pela voz interior, poderemos sempre descobrir novas possibilidades de comunicar: falando, escrevendo, dialogando. Que o Evangelho torne a brilhar, através das nossas pessoas, nas nossas casas, nas nossas cidades, nos nossos países. Florescerá uma vida nova também em nós; a alegria crescerá nos nossos corações. Daremos um testemunho maior do Ressuscitado… e, então, Ele considerar-nos-á "grandes no Seu Reino".
Uma excelente demonstração disto é a vida da Ginetta Calliari. Ao chegar ao Brasil, em 1959, com o primeiro grupo dos Focolares, sofreu um grande choque ao deparar-se, bruscamente, com as graves desigualdades daquele país. Decidiu dedicar-se ao amor recíproco, vivendo com radicalidade as Palavras de Jesus. Dizia ela, com convicção: «Será Ele a abrir-nos o caminho
». Com o passar do tempo, juntamente com ela, desenvolveu-se e consolidou-se uma comunidade que, actualmente, é constituída por centenas de milhares de pessoas de todas as categorias e idades: moradores das favelas e pessoas pertencentes às classes abastadas, que se põem ao serviço dos mais pobres. Assim, foi possível concretizar obras sociais que mudaram o rosto das favelas em diversas cidades. Um pequeno "povo" unido, que continua a mostrar que o Evangelho é verdadeiro. Foi este o dote que a Ginetta levou consigo quando partiu para o Céu.

Chiara Lubich

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1) Tertuliano, Apologético, 39, 7 (Liv. Alcalá, Lisboa 2002, p. 463); 2) cf. 1 Cor 9, 16.