quinta-feira, 5 de maio de 2011

Noites de Oração - Oração de Maio


Mês de Maio ... Mês de Maria

«Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra.»

6 de Maio (6ª-feira)

21:15h

Igreja Matriz de Barcarena


GJB 2011


domingo, 1 de maio de 2011

Palavra de Vida de Maio de 2011

«Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente» [Mt 22, 37]

No tempo de Jesus, havia um tema clássico que as escolas rabínicas debatiam muito: qual seria o pri­meiro de todos os mandamentos das Escrituras? Jesus, que era considerado um mestre, não se esquivou à pergunta de um fariseu, legista: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Ele res­pondeu de uma forma original, unindo o amor a Deus com o amor ao próxi­mo. Os seus discípulos nunca poderão separar estes dois amores, assim como, numa árvore, não se podem separar as raízes da sua copa. Quanto mais eles amarem a Deus, mais intensificam o amor aos irmãos e às irmãs.

Jesus, melhor do que ninguém, sabe quem é realmente o Deus que devemos amar e de que modo deve ser amado: é o seu Pai e nosso Pai, o seu Deus e nosso Deus (cf. Jo 20, 17). É um Deus que ama cada um pessoalmente: a mim, a ti. É o meu Deus, o teu Deus («Amarás ao Senhor, teu Deus»).

E nós podemos amá-Lo porque foi Ele que nos amou primeiro: o amor que nos é ordenado é, portanto, uma resposta ao Amor. Podemos dirigir-nos a Ele com a mesma familiaridade e confiança que Jesus tinha quando Lhe chamava Abbá, Pai. Também nós, do mesmo modo que Jesus, podemos falar muitas vezes com Ele, expondo-Lhe todas as nos­sas necessidades, propósitos, projectos, declarando-Lhe o nosso amor exclusivo. Também nós queremos esperar ansiosa­mente que chegue o momento de nos pormos em contacto profundo com Ele, através da oração, que é diálogo, comu­nhão, intensa relação de amizade. Nesses momentos, podemos dar largas ao nosso amor: adorá-Lo para além da Criação, glorificá-Lo presente em todos os pon­tos do Universo, louvá-Lo no fundo do nosso coração ou vivo nos tabernáculos. Podemos pensar que Ele está ali onde nós estivermos: no nosso quarto, no trabalho, no escritório, no encontro com os outros...

«Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente».

Jesus ensina-nos também um outro modo de amar o Senhor Deus. Para Jesus, amar significou cumprir a vontade do Pai, pondo à Sua disposição o pensamento, o coração, as energias, a própria vida: entre­gou-Se totalmente ao projecto que o Pai tinha estabelecido para Ele. O Evangelho mostra-nos Jesus sempre e totalmente dirigido para o Pai (cf. Jo 1, 18), sempre no Pai, sempre concentrado em dizer apenas aquilo que tinha ouvido do Pai, a realizar apenas o que o Pai Lhe tinha dito para fazer. E pede-nos o mesmo também a nós: amar significa fazer a vontade do Amado, sem meias medidas, com todo o nosso ser: «com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente». Porque o amor não é apenas um senti­mento. «Por que me chamais: “Senhor, Senhor”, e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46), pergunta Jesus àqueles que amam só com palavras.

«Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente».

Como viver então este mandamento de Jesus? Mantendo, sem dúvida, com Deus, uma relação filial e de amizade, mas, sobretudo, fazendo aquilo que Ele quer. A nossa atitude para com Deus, tal como fez Jesus, é estar sempre projecta­dos no Pai, em constante escuta d’Ele, e em obediência, para realizar unicamente a Sua obra, e nada mais.

Neste mandamento, é-nos pedida a máxima radicalidade, porque a Deus não se pode dar menos do que tudo: todo o coração, toda a alma, toda a mente. E isto significa fazer bem, completamente, aquela acção que Ele nos pede.

Para viver a Sua vontade e identificar-se com ela, será necessário, muitas vezes, “queimar” a nossa vontade, sacrifican­do tudo aquilo que temos no coração ou no pensamento, que não esteja relacionado com o momento presente. Pode ser uma ideia, um sentimento, um pensamento, um desejo, uma lembran­ça, uma coisa, uma pessoa... E eis-nos, assim, totalmente projectados naquilo que nos é pedido no momento presen­te. Falar, telefonar, ouvir, ajudar, estudar, rezar, comer, dormir, viver a Sua vonta­de sem divagar. Realizar acções com­pletas, honestas, perfeitas, com todo o coração, toda a alma, toda a mente. Ter como único motor, em todas as nossas acções, o amor, de modo a poder dizer, em cada momento do dia: «Sim, meu Deus, neste momento, nesta acção, amei-Te com todo o coração, com todo o meu ser». Só assim poderemos dizer que amamos a Deus, que retribuímos o Seu ser Amor para connosco.

«Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente».

Para viver esta Palavra de Vida será útil, de tempos a tempos, analisarmo-nos a nós mesmos, para ver se Deus está realmente em primeiro lugar na nossa alma.

E então, para concluir, o que devemos fazer neste mês? Escolher novamente Deus como único ideal, como o tudo da nossa vida, voltando a colocá-Lo no primeiro lugar, vivendo com perfeição a Sua vontade no momento presente. Devemos poder dizer-Lhe com sincerida­de: «Meu Deus e meu tudo», «Amo-Te», «Sou todo teu», «És Deus, és o meu Deus, o nosso Deus de amor infinito!».

Chiara Lubich

1) Palavra de Vida, Outubro de 2002, publicada em Città Nuova, 2002/18, p. 7.