domingo, 28 de novembro de 2010

A Vida, Procura e Projecto

Para quem não pode estar presente, aqui ficam os vídeos que passaram na reunião do GJB.



São exemplos de vídeos que exploram a temática "Marketing Católico".

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Noites de Oração - Novembro

“Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento."

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Palavra de Vida de Novembro de 2010

«Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8) (1)

Jesus começa a sua pregação com o Sermão da Montanha. Em frente ao lago de Tiberíades, num monte perto de Cafarnaúm, sentado – como costumavam fazer os mestres –, Jesus anuncia às multidões as bem-aventuranças. No Antigo Testamento usava-se muitas vezes a palavra «bem-aventurado», exaltando a pessoa que cumpria, das mais variadas formas, a Palavra do Senhor.

As bem-aventuranças de Jesus faziam lembrar as bem¬-aventuranças que os discípulos já conheciam. No entanto, era a primeira vez que eles ouviam dizer que os puros de coração eram, não só dignos de subir ao monte do Senhor – como cantava o Salmo – (2), mas podiam até ver Deus. Qual era, então, essa pureza tão sublime que tinha tanto mérito? Jesus haveria de o explicar melhor durante a sua pregação. Procuremos, por isso, segui-Lo para nos abeirarmos da fonte da verdadeira pureza.

«Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus».

Antes de mais nada, para Jesus, há um meio supremo de purificação: «Vós já estais purificados pela Palavra que vos tenho anunciado» (3). Não são tanto os exercícios rituais que purificam o espírito, mas a sua Palavra. A Palavra de Jesus é diferente das palavras humanas. Nela está presente Cristo, como também¬ – de outro modo – está presente na Eucaristia. Por meio da Palavra, Cristo entra em nós e, se a deixarmos agir, torna-nos livres do pecado e, portanto, puros de coração.

Por conseguinte, a pureza é fruto da Palavra vivida. É fruto de todas aquelas Palavras de Jesus que nos libertam dos chamados apegos, em que forçosamen¬te caímos se não tivermos o coração fixado em Deus e nos seus ensinamentos. Esses apegos podem ser em relação a coisas, a pessoas, ou a nós mesmos. Mas, se o nosso coração estiver fixado unicamente em Deus, tudo o resto se torna secundário.

Para ter êxito nesta tarefa, pode ser útil repetir a Jesus, a Deus, durante o dia, aquela invocação do Salmo que diz: «És tu, Senhor, o meu único bem!» (4).

Procuremos repetir esta frase muitas vezes e, sobretudo, quando os vários apegos ameaçarem arrastar o nosso coração para imagens, sentimentos e paixões que possam ofuscar a noção do bem e tirar-nos a liberdade.

Somos levados a olhar para certos cartazes publicitários, a assistir a certos programas de televisão? Não. Digamos-Lhe: «És tu, Senhor, o meu único bem». Será este o primeiro passo para sairmos de nós mesmos, e declarar novamente a Deus o nosso amor. É assim que vamos adquirindo a pureza.

Sentimos, por vezes, que uma pessoa ou uma actividade perturbam a nossa relação com Deus e são como um obstáculo entre nós e Deus? É o momento de Lhe repetir: «És tu, Senhor, o meu único bem». Isto ajudar-nos-á a purificar as nossas intenções e a reencontrar a liberdade interior.

«Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus».

A Palavra vivida torna-nos livres e puros, porque a Palavra de Deus é amor. É o amor que, com o seu fogo divino, purifica as nossas intenções e todo o nosso espírito. Porque, segundo a Bíblia, o «coração» é a sede mais profunda da inteligência e da vontade.

Mas existe um amor que Jesus nos recomenda e que nos permite viver esta bem-aventurança. É o amor recíproco, de quem está pronto a dar a vida pelos outros, seguindo o exemplo de Jesus. Esse amor cria uma corrente, cria uma reciprocidade, uma atmosfera, cuja nota dominante é precisamente a transparência, a pureza, devido à presença de Deus que é o único que pode criar em nós um coração puro (5). É vivendo o amor recíproco que a Palavra actua com os seus efeitos de purificação e de santificação.

O indivíduo isolado é incapaz de resistir muito tempo às solicitações do mundo. Pelo contrário, no amor recíproco, encontra um ambiente sadio, capaz de proteger a sua pureza e toda a sua existência cristã autêntica.

«Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus».

E eis, então, o fruto dessa pureza, sempre reconquistada: podemos «ver» Deus, isto é, compreender a sua acção na nossa vida e na História. Podemos ouvir a sua voz no coração. Podemos descobrir a sua presença: nos pobres, na Eucaristia, na sua Palavra, na comunhão fraterna, na Igreja.

Podemos saborear, antecipadamente, a presença de Deus, que começa já nesta vida, «pois caminhamos pela fé e não pela visão» (6) até ao momento em que O «veremos face a face» (7) por toda a eternidade.

Chiara Lubich

1) Palavra de Vida, Novembro de 1999, publicada em Città Nuova, 1999/20, p. 7; 2) cf. Sl 24, 4; 3) Jo 15, 3; 4) cf. Sl 16, 2; 5) cf. Sl 50, 12; 6) 2 Cor 5, 7; 7) 1 Cor 13, 12.